Bruno Dubeux festeja a força e a representatividade do nordeste em Mar do Sertão

Intérprete do alegre Savinho, ele é um dos quase 20 atores criados na região que fazem parte do elenco


29 de outubro de 2022 01h42

Foto: Aralume Fotografia

Por Por Betina Azoubel

Ele nasceu no Texas, nos Estados Unidos, mas herdou o sotaque pernambucano ao viver em Recife até os 26 anos. A história de Bruno Dubeux, aos 41 anos, ganha um novo capítulo com o nordeste ao aceitar o convite para fazer a novela das seis da Globo, Mar do Sertão. Na trama de Mario Teixeira, o ator é Savinho, que vem reproduzindo em cena a naturalidade do povo da região que lhe acolheu ainda muito pequeno.

“Meu personagem é um sertanejo alegre, impulsivo, perseverante, convencido e o único dentista de Canta Pedra. Quer conquistar status social, reconhecimento e o coração de Labibe (Theresa Fonseca), o sorriso mais lindo da cidade”, conta Dubeux, festejando que o povo do nordeste esteja sendo homenageado.

“Espero que a novela, com sua leveza, bom humor e esperança aqueça o coração dos espectadores e que o público do nordeste se sinta bem representado pelos vários nordestinos que integram mais da metade do elenco da novela. Cada um, assim como eu, que fui criado em Recife, tem contribuído com suas raízes e humanidades, trazendo ainda mais verdade e empoderamento a essa obra regional”, diz ele, sobre os quase 20 atores da região que estão no elenco.

Savinho (Bruno Dubeux). Foto: Globo/Estevam Avellar

O que poucos sabem é que o ator não é só talentoso na interpretação. Dubeux também é médico-nutrólogo, formado pela Universidade Federal de Pernambuco, com pós-graduação e título de especialista pela ABRAN em Nutrologia e é professor de Nutrologia em uma instituição de pós-graduação médica.

“Sempre quis ser ator, mas na infância e adolescência, fui pouco estimulado em Recife e então, na época do vestibular, decidi investir na medicina por gostar também de biologia e de cuidar das pessoas”, relata. 

INÍCIO DA CARREIRA NA PUBLICIDADE E SUCESSO NO TEATRO

A carreira artística começou após acompanhar sua prima em uma sessão de fotos, quando passou a fazer campanhas publicitárias e cursos livres de teatro, até decidir morar no Rio de Janeiro. E foram muitos trabalhos na TV, como Salve-se quem Puder (2021) e Duas Caras (2007), no teatro em espetáculos como Doce Pássaro da Juventude e Amores Flácidos, contemplado pela Aldir Blanc.

Por conta da pandemia, a peça foi adaptada para um formato híbrido, entre teatro e cinema, batizado pela equipe de peça-metragem e apresentado no canal do YouTube. O projeto foi selecionado para o Festival de Cinema Latino-Americano MIRA, em Bonn, na Alemanha.

Foto: Aralume Fotografia

“Foi com muita alegria que recebi a notícia. Foram 59 obras escolhidas entre mais de 1200 filmes inscritos! Considero Amores Flácidos um marco em minha trajetória. Buscava um texto que trouxesse um discurso e personagem que dialogassem com as minhas inquietações artísticas. Encontrei essa dramaturgia premiada, que tem a gordofobia como tema principal, numa atualidade em que a imagem corporal é um passaporte - ou não - de inclusão.  Falamos de medos de rejeição, ‘amores’ doentios, abusivos e da flacidez em amar o próximo”, enumera o ator.

Já no cinema, estrelou os longas como Para Sempre Nunca Mais, pelo qual foi indicado na categoria de melhor ator, no Los Angeles Brazilian Film Festival, e no Boston International Film Festival. Também, como apresentador, esteve à frente do Alternativa Saúde, do GNT, ao lado da atriz Patricya Travassos