Giovanna Antonelli, Renata Sorrah e Vanessa Giácomo são mulheres em busca de liberdade em Filhas de Eva

Atrizes protagonizam série exclusiva Globoplay, com estreia em 8 de março, Dia da Mulher


05 de março de 2021 00h31

Foto: Globo/Estevam Avellar

Por Luciana Marques

Para os amantes de uma boa série, com um elenco primoroso, a dica é acompanhar a partir de 8 de março, próxima segunda, no Dia Internacional da Mulher, Filhas de Eva, no Globoplay. Série original da plataforma, a trama mostra a história de três mulheres em busca de liberdade, Stella (Renata Sorrah), Lívia (Giovanna Antonelli) e Cléo (Vanessa Giácomo). Em diferentes momentos, elas veem suas vidas entrelaçadas e resolvem mudar. “A série faz refletir sobre isso, tá tudo ótimo, mas o que você mudaria? Teria coragem de mudar o seu destino?”, diz Vanessa. Para Giovanna, o público precisa de produtos assim, leves, num momento tão delicado como o que passamos com a pandemia. "É uma comédia dramática, a gente tem situações muito divertidas, completamente reais, e situações dramáticas também. Mas a nossa serie é leve", fala. 

Tudo começa na festa de Bodas de Ouro de Stella e Ademar (Cacá Amaral). “Uma mulher de 70 anos, que está comemorando 50 anos de casada, no meio da festa começa a olhar fotos e vídeos e, de repente, fala, eu quero me separar. Ela sai, pega a bolsa, sem nenhum tostão e vai começar uma vida nova. Eu acho que isso foi uma coragem dela, de escolher um novo caminho, de dizer isso não, eu tenho ainda capacidade e eu quero ir atrás da felicidade”, avalia Renata Sorrah. Essa atitude de Stella acaba influenciando o caminho da filha, Lívia, e também de Cléo.

GIOVANNA ANTONELLI É LÍVIA, PSICÓLOGA DE CASAIS, COM UM CASAMENTO FALIDO

Personagem de Giovanna Antonelli, Lívia é uma bem-sucedida psicóloga de casais. O inusitado é que o seu próprio relacionamento é uma ilusão. “Ela consegue resolver a vida dos outros, mas não a dela, é cheia de amarra emocional. Ela é influenciada pelo casamento dos pais, casados há 50 anos, tem esse padrão familiar que ela endeusa e gostaria de viver. Mas imagina para uma pessoa que cuida de casais, ter que entender que o próprio relacionamento sempre foi falido. Ao mesmo tempo, isso é um pedal para ela mudar e transformar sua vida”, conta Giovanna.

Na história, Lívia é mãe de Dora (Débora Ozório), uma jovem feminista. A garota de 18 anos vai ajudar tanto a mãe, quando a avó, Stella, a se libertarem. “Ela traz esse olhar livre do jovem de hoje, porque a Lívia é cheia de padrões. E a filha vem para libertar essa mãe quando ela começa a se transformar. O bacana é que nenhum personagem termina como começou, todos passam por uma transformação. Essa mensagem me atrai muito porque a vida é feita de transformações, a gente tem que ser elástico para sobreviver”, fala Giovanna.

Zezé (Analu Prestes), Stella (Renata Sorrah), Cléo (Vanessa Giácomo), Dora ( Débora Ozório ) e Lívia (Giovanna Antonelli). Foto: Globo/Estevam Avellar

CLÉO, VIVIDA POR VANESSA GIÁCOMO, A MAIS PERDIDA DO TRIO, VÊ QUE A FELICIDADE ESTÁ MAIS PERTO DO QUE IMAGINA

Cléo, personagem de Vanessa Giácomo, conhece Lívia durante as Bodas de Ouro de Stella e Ademar. Ela confeccionou o bolo da fatídica festa. “Cléo é a mais perdida das três, isso reflete no figurino, nas atitudes, ela vai levando os tombos, errando, acertando, mas vai levando isso com bom humor. E, aos poucos, vai aprendendo e se transformando em uma outra mulher”, conta Vanessa.

A atriz cita que a amizade com Lívia a ajudará na transformação. “A Lívia representa tudo o que ela gostaria de ser, independente, linda, bem sucedida, tem seu casamento, filhos. E quando ela percebe que a Lívia também tem seus problemas e dores, cai a ficha nela, de falar, peraí, as vezes eu tô idealizando uma coisa na minha vida e a minha felicidade está bem mais perto. Pra ser feliz, eu só preciso falar o que eu sinto e aí eu acho que ela começa a se transformar, começa falar coisas dentro de casa, com a mãe, o irmão, a tia, que não falava”, explica.

RENATA SORRAH, A STELLA, EXALTA A SORORIDADE ENTRE AS PERSONAGENS

Intérprete de Stella, que literalmente chuta o “bolo” na festa de 50 anos de casamento, Renata Sorrah acha que não há idade para se transformar e buscar a felicidade. “Eu acho horrível quando as pessoas dizem, eu sou assim, não vou mudar. Ela diz, eu vou mudar, com 70 anos, eu acho isso sensacional, muito forte. Quem sou eu, depois de tantos anos?”, fala. Para a atriz, sua personagem não planejou fazer aquilo naquela noite, mas foi o momento em que conseguiu força. “Acho que existem vozes femininas atualmente ativas, que falam coisas e que ecoam e que chegaram até ela. Eu acho que se fosse há 30 anos, ela continuaria nesse casamento, mas hoje em dia chegaram até ela vozes livres, de mulheres”, diz a atriz.

Renata lembra que isso tudo tem a ver com a sororidade, que antigamente não tinha. “As três personagens têm esse sentimento, junto também com a neta dela, porque uma dá a mão para a outra, e elas dizem, vamos. Antigamente as mulheres competiam umas com as outras. Hoje a gente sabe que só é forte se a gente der as mãos umas às outras”, constata. E para a atriz, mesmo ainda com um quadro tão triste, com tantos casos de feminicídio, a luta da mulher está surtindo efeito. “Nós estamos nos repensando o tempo inteiro, eu acho que está andando, tem vários movimentos, e um deles é o das mulheres. A gente tá conquistando lugares”, diz.

A série tem autoria de Adriana Falcão, Jô Abdu, Martha Mendonça e Nelito Fernandes e direção artística de Leonardo Nogueira.