Samya Pascotto: Destaque no longa Carnaval, ela reflete sobre a carreira e diz que quer fazer novela

Atriz fala do sucesso mundial da produção da Netflix, do novo filme e de como usa as redes sociais para mostrar a sua arte


21 de julho de 2021 00h36

Foto: Gabriel Bertoncel

Samya Pascotto vive um momento especial na carreira. A atriz vê trabalhos no audiovisual, como o filme Carnaval, produção brasileira da Netflix, se tornarem sucessos mundiais. “A repercussão tem sido ótima. Acho que muitas pessoas conheceram meu trabalho por causa de Carnaval, por ser um filme de uma plataforma tão grande”, diz ela, que dá vida a geek Vivi, uma das quatro protagonistas.

Aos 29 anos, a atriz que foi antagonista de Ingrid Guimarães em De Pernas Pro Ar 3 e atuou em séries como Todas as Mulheres do Mundo, diz que quer fazer mais novela. Ela avalia que a timidez a atrapalhou um pouco na época que atuou em Sangue Bom, em 2013, e poderia ter aproveitado melhor. No bate-papo, Samya admite também que já se decepcionou muito com a carreira. “Cada vez mais a gente vê pessoas despreparadas ocupando lugares que poderiam ser de outras”.

Samya, de óculos, em cena com as atrizes Giovana Cordeiro, Bruna Inocencio e Gkay. Foto: Divulgação/Netflix

Ficou feliz com o que tem escutado sobre o filme Carnaval? Sim, a reação do público me surpreendeu positivamente. Acho que as pessoas se divertem bastante assistindo. É um filme leve e todo mundo está com saudade do carnaval... Sem contar que a Bahia deixa o filme ainda mais bonito

Você tem um outro filme para estrear, né? Sim. É uma comédia chamada Amarração do Amor. Sobre uma menina judia que planeja se casar com um garoto que é da Umbanda, e aí quando as famílias se conhecem tudo começa a complicar. Acho que o filme está muito bonito.

E na TV, pode contar sobre os próximos projetos? Televisão eu não tenho nenhum projeto. Tenho uma outra serie que ainda será lançada pela Amazon.

Tem desejo de fazer mais novelas? Tenho sim. Adoraria fazer novela, voltar ao formato. Acho que eu era muito tímida quando fiz Sangue Bom, e mesmo gostando do trabalho que entreguei na época, acho que não aproveitei direito tudo que podia.

Se pudesse escolher, prefere fazer a mocinha ou a vilã? Todo mundo é meio mocinha da sua própria história, então ter permissão pra ser deliberadamente má deve ser interessante.

Já se decepcionou com a carreira? Sim, já me decepcionei muito e vejo cada vez mais pessoas despreparadas ocupando lugares que poderiam ser de outras pessoas. Não acho que um ator tenha que ter uma formação formal como uma faculdade, acho isso bastante elitista. Mas acho que as pessoas têm que se preparar de alguma maneira, criar referências, estudar por outros meios, ser interessada, ler e pesquisar. Um papel deveria ser desempenhado pela pessoa que o performa da melhor maneira possível, mas muitas vezes ele é dado por outros motivos.

Foto: Gabriel Bertoncel

Se não fosse atriz, tem ideia do que seria? Acho que escritora ou artista plástica. Eu exercito um pouco dessas outras coisas também. No meu Instagram eu compartilho um pouco delas.

O que você gosta de assistir na TV? O que mais vejo são filmes e séries. Minhas séries preferidas são Fleabag, Succession, I may destroy you, Euphoria e Sex Education.

Estamos numa pandemia, artistas fazendo e participando de festas. Como você vê a importância do artista e de seus atos na sociedade? Acho que artistas são pessoas que inspiram outras pela sua visibilidade, que pensam o mundo.... Mas a responsabilidade dessa pandemia ainda existir é do governo. As pessoas têm que cobrar as autoridades responsáveis pelo seu bem-estar, mais do que cobrar indivíduos da sociedade.

Cancelamento é um tema que veio forte em 2021. O que você acha sobre o tema? Acho a ideia boa, mas a execução é ruim (risos). Essa não é uma resposta simples pra mim. Por que de quem estamos falando? O cancelamento não é igual pra todo mundo, ele tem pesos e consequências diferentes dependendo do seu gênero, da sua cor, etc. Eu adoraria que o cancelamento fosse só uma ferramenta de apontamento de erros que faz as pessoas se reverem e pedirem desculpas. (supondo também que estamos prontos a aceitar essas desculpas). Sou a favor da responsabilização das pessoas, acho que determinados grupos nunca tiveram que fazer esse exercício de colocar a mão na consciência e o mundo é um lugar pior por isso, mas acho que no final ele pode acabar sendo mais uma ferramenta de exclusão de minorias e uma outra forma de exercer violência.

Como você definiria quem é a Samya? Acho que como mais uma pessoa que existe, às vezes com mais coragem, às vezes com menos.