Samanta Precioso, a vilã Edna, da Escola de Gênios: “O público infantil fala na lata, a resposta é do coração”

A atriz festeja retorno à sexta temporada da série do Globoplay e projeto com o coletivo de teatro Off Off Broadway


11 de agosto de 2021 00h14

Foto: Pupin + Deleu

No ar na sexta temporada da série infanto-juvenil Escola de Gênios, do Globoplay, como a vilã Edna, Samanta Precioso, que também atuou em As Aventuras de Poliana, admite que o público infantil é especial. Segundo ela, a resposta é do coração. “Criança é honesta, não quer fazer média, fala na lata”.

E ela sente ainda mais essa repercussão no contato direto pelas redes sociais. “Uma menina me perguntou porque eu achava que a Edna era tão má. Achei incrível essa chance que ela teve de me acessar e eu respondê-la. Por favor me mandem suas impressões no @samantaprecioso”, conta.

A atriz, que também é diretora teatral, dramaturga e gestora cultural, torce para que, com a vacinação, os teatros voltem a reabrir com o funcionamento normal. “Nós estamos com fome de encontro e a arte nunca esteve tão necessária”.

Edna (Samanta Precioso). Foto: Reprodução Globoplay

Você já havia participado da terceira temporada de Escola de Gênios e voltou nesta sexta temporada da série, que já estreou no Globoplay. Como está sendo a repercussão? Apesar da série ser voltada para o público infanto-juvenil, tem alguns ganchos para os adultos, e a família pode assistir e se divertir junta, ainda mais no Globoplay que é um streaming um pouco mais acessível a todos do que os canais que são um pouco mais restritos ao público infantil. Apesar da resposta nunca ser direta e urgente como no teatro, o Instagram está aproximando muito o público e o artista. Tem nos dado a oportunidade de conversar diretamente, responder perguntas, desmistificar algumas questões da profissão. Tenho recebido mensagens muito bacanas, perguntas, feedbacks, muita risada.  

Como foi fazer parte deste trabalho? Uma delícia. O set era uma brincadeira organizada, todo mundo brincava e fazia silêncio no “gravando” do diretor. Por causa das crianças, a gente sempre tinha fruta e pizza para comer. Acho que desde a equipe técnica até o elenco e direção, ninguém trabalhava ali sem prazer.

Você interpreta uma vilã, a Edna. Ela é uma das personagens de destaque desta temporada. Pode nos contar um pouco mais do que ela apronta na temporada? E quais são os motivos dela mesmo sendo uma vilã ter conquistado tanto o público? A Edna é a diretora da escola concorrente da Escola de Gênios, a Robotec. Da mesma maneira que a Escola de Gênios é cheia de crianças prodigiosas, a Robotec também é. Eles também amam a escola e fariam de tudo para defendê-la. A diferença é que a Edna passa de todos os limites éticos para se dar bem e manter a escola. Posso adiantar que tem chantagem, tem um muro da discórdia, tem guerra de balão de água. Muita coisa vai acontecer até termos o desfecho da Edna. Toda vilã tem um certo carisma. A Edna tem muito porque tem humor. As pessoas se identificam com as maldades da Edna porque são também vaidosas, invejosas, querem se dar bem. Mas o vilão ensina os limites disso tudo para quem assiste. É uma função pedagógica.

Foto: Pupin + Deleu

Além de Escola de Gênios você já esteve em outras produções infantis na TV como As Aventuras de Poliana. Como é trabalhar com o elenco mirim e para o público infantil? Tive sorte de contracenar com gente desde Fernanda Montenegro até crianças maravilhosas. Elas deixam o set leve, bem-humorado e incrivelmente são muito ponta firme. Estão sempre com o texto na ponta da língua e se divertiam imensamente com o trabalho. Amo a resposta do público infantil, é honesto, é de coração. Criança não quer “fazer média”, fala na lata.

Falando em novelas, você esteve em Aventuras de Polyana, Cúmplices de Um Resgate, Pequena Travessa, As Filhas da Mãe. Você sente saudades de fazer novelas? Muita. Novela é um trabalho muito digno que o público brasileiro ama. Existe uma cultura que o espectador de novela reconhece, existe uma expertise no fazer desde o cabo man até os grandes diretores. Todo mundo no set sabe exatamente o que estão fazendo. É uma sensação incrível.

 Além da série Escola de Gênios, está com outros projetos no momento? Sim, estou escrevendo e dirigindo uma peça com o meu coletivo de teatro, o Off Off Broadway. Tenho também um solo esperando financiamento, também de teatro virtual. Quando os teatros abrirem, quero montar dois textos meus, outro solo e um infanto-juvenil. Ainda para o público infanto-juvenil que amo, escrevi uma série de livros que quero parcerias para editar e publicar.

Foto: Pupin + Deleu

Como a pandemia afetou sua carreira? Percebe algum tipo de melhoria no momento, uma “luz” no fim do túnel? Muito. No início todos nós não fazíamos ideia de como os artistas sobreviveriam. Ainda mais porque a crise sanitária coroou a crise política que vem atacando a arte e os mecanismos que temos de produzir cultura pública no país. Demos um jeito, trocamos ferramentas, aprendemos, criamos uma nova vertente que é o teatro virtual - que não vai substituir o teatro presencial, mas vai conviver com ele. Assim que estivermos vacinados e for possível os teatros reabrirem, que a gente possa voltar também aos teatros como espectadores. Assistam teatro porque não há outra experiência de encontro artístico como esse. E nós estamos com fome de encontro e a arte nunca esteve tão necessária.