Ivy Souza é Nina Simone no especial Falas Negras: “Ela tinha o mundo todo dentro de sua voz”

A cantora e ativista terá seu discurso mostrado na atração em homenagem ao dia da Consciência Negra


20 de novembro de 2020 00h35

Foto: Globo/Victor Pollak

A atriz e diretora Ivy Souza, que tem no currículo trabalhos potentes que fazem reflexão sobre racismo e privilégio, como a peça Isto é um negro?, tem um desafio e tanto no especial Falas Negras, no ar na noite desta sexta-feira, dia 20, no dia da Consciência Negra, na Globo. Ela interpretará a cantora, compositora e ativista pelos direitos civis Nina Simone, que nasceu nos Estados Unidos, em 1933, e faleceu, em 2003, na França. “Emocionante dar voz a essa mulher”, diz a atriz.

Nina usava suas canções para expressar sua revolta com os conflitos raciais que testemunhou desde a infância no Sul dos EUA. “Ela tinha o mundo todo dentro de sua voz”, afirma Ivy. Idealizado e organizado por Manuela Dias, com direção de Lázaro Ramos, Falas Negras, exibido logo após A Força do Querer, traz 22 depoimentos históricos e autobiográficos de pessoas negras que lutaram contra o racismo e pela justiça. 

Foto: Globo/Victor Pollak

Como foi representar Nina no especial? Nina lutou incansavelmente pelo desejo de existir e resistir, de escolher sua própria trajetória, num mundo que tenta todo o tempo aniquilar e destruir a possibilidade de ser um sujeito que deseja no mundo. Foi muito emocionante dar voz a essa mulher que tanto me inspira e é referência para mim e muitas outras pessoas. Espero que sua arte e sua luta continuem ecoando e nos ensinando a ter força para sermos quem somos.

O que 20 de novembro significa? A memória é a coluna de um povo. Revisitar o passado, repensar, nas referências que construíram, a nossa subjetividade enquanto pretos é uma forma de valorizar e ressignificar a memória da nossa história. É símbolo de resistência, é dia de agradecer aos que vieram antes de nós e possibilitaram algumas das conquistas que nós desfrutamos hoje. É dia de rabiscar e redesenhar o que foi apagado e de lembrar que ainda temos um caminho gigantesco a percorrer na luta pelos direitos e ‘sobre vivência’ da população preta. Dia 20 de novembro é todo dia.

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