Deborah Secco sobre Íris: “Já apanhei por causa dessa demônia, agora todo o mundo ama”

Atriz se impressiona com feedback do público, que aponta nas redes a verdadeira vilã em Laços de Família


26 de novembro de 2020 00h35

Foto: Hugo Moura

Laços de Família foi exibida originalmente em 2000. Naquela época, já existia internet, mas as redes sociais ainda não tinham o mesmo fervor de hoje. Agora, 20 anos depois, quando a trama de Manoel Carlos está no ar no Vale a Pena Ver de Novo, a percepção do público sobre certos personagens é outra. E os próprios atores têm sentido isso. Deborah Secco, por exemplo, vê a sua invejosa, impetuosa e infantil Íris, que era definida como “vilã”, ser adorada por grande parte dos telespectadores. “O mais louco é que na primeira vez que a novela foi ao ar todo mundo odiava a Íris. Eu já apanhei por causa dessa demônia e agora todo mundo ama! Se isso não é o mundo dando voltas, eu não sei o que é...”, brincou a atriz em seu Twitter.

E esse mesmo sentimento de Deborah, nós percebemos nos comentários calorosos em nossas redes, como o Instagram, quando colocamos cenas em que Íris detona Camila (Carolina Dieckmann) por “roubar” o namorado da mãe, Helena (Vera Fischer), o médico Edu (Reynaldo Gianecchini). Numa sequência que irá ao ar nos próximos capítulos, a jovem do sul flagra a transa de Camila e Edu num barco. Nos comentários, 95% detona Camila e aplaude Íris. “A Íris só fala a verdade e como a verdade dói... Mas ela representa a fúria do público”, diz uma seguidora. “Sempre amei a Íris”, falou outra.

Íris (Deborah Secco) e a mãe, Ingrid (Lilia Cabral). Foto: Globo/Roberto Steinberger

O público também questiona o fato de Camila ter sido colocada como a mocinha da novela, e Íris, a malvada. “Se um dia achei que a Íris era a vilã dessa história não lembro mais. Camila e Edu são os verdadeiros vilões em pele de mocinhos (risos)”, afirmou outra fã da trama. O interessante é que hoje, quando se fala bastante em machismo, o público percebe que Edu também é muito culpado por essa situação. “Não só a Camila, mas o Edu também não deveria ter namorado as duas. O cara parece um menino de 15 anos”, definiu outra seguidora.

Mas Camila continua mesmo sendo “Judas” para a maioria. “Nunca odiei tanto uma personagem como essa Camila. Até foi a última novela que assisti na vida, de tão indignada que eu ficava!”, disse outro telespectador. E como a própria Deborah constatou, Íris tá virando a heroína da trama, em 2020. “Como pude odiar a Íris um dia?”, brinca outra seguidora. Mas de tudo isso, o certo é que Maneco é um mestre em escrever sobre relações e conflitos familiares. Ele faz o público refletir, amar ou odiar seus personagens por escolhas, às vezes, tortas, mas que fazem parte da vida. Por isso, continua sendo esse gênio da teledramaturgia, que é capaz de provocar com suas histórias o mesmo furor no público 20 anos depois. Mas com novas percepções de certas situações.

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