Valentina Bulc comenta cena em que Tarantino descobre marcapasso de Bia: “Emocionante!”

Destaque em Salve-se Quem Puder, atriz reflete sobre como personagem lida com sua cicatriz e o sonho de competir, mesmo arriscando a vida


11 de junho de 2021 00h34

Foto: Vinícius Mochizuki

Por Luciana Marques

* Entrevista completa no vídeo, abaixo.

Desde a atuação na série Eu, a Vó e a Boi, como a Demimur, e agora na pele da ginasta Bia, de Salve-se Quem Puder, Valentina Bulc, de 21 anos, vem se firmando como um nome forte de sua geração na Globo. Nesta segunda temporada da trama de Daniel Ortiz, a atriz surgirá em momentos dramáticos potentes, como na cena em que Tarantino (Daniel Rangel) descobre que a namorada, Bia, usa marcapasso. Sem poder dar spoiler, Valentina define a sequência como emocionante e surpreendente. “Estou ansiosa para ver”, disse ela, em nosso Papo de Folhetim.

Outra cena em que ela admite ter chorado horrores, foi na descoberta de que a irmã, Kyra (Vitória Strada), está viva. A atriz também comenta sobre a complexidade das gravações em meio a protocolos de segurança contra a Covid-19. “É difícil, mas foi um desafio para mim como atriz. Porque manter uma verdade tendo um acrílico entre você e o outro personagem e conseguir ignorar aquilo em cena, não é fácil”.

Na entrevista, que você vê completa no vídeo, abaixo, Valentina reflete sobre como Bia lida com a cicatriz do marcapasso e a forma passional, porém inconsequente, com que corre atrás do seu sonho de voltar a competir na ginástica. A atriz contou ainda que segue firme cursando a faculdade de cinema e que aproveitou a quarentena para aprender a surfar. E o professor foi nada menos do que o seu namorado, João Saad.

Bia (Valentina Bulc). Foto: Globo/João Miguel Júniro

Como você vê essa fase da Bia, que pelo sonho de voltar a competir, está fazendo coisas que jamais faria, como aceitar ter o atestado médico fraudado? Esse momento que a Bia está passando é muito tenso. Eu lembro que os capítulos iam chegando e eu fui ficando nervosa. Ai, meu Deus, o que vai acontecer com a Bia? Mas viver essa fase da Bia em mim significou várias coisas. Ela tem uma força de vontade que eu admiro muito. Mas ela está se colocando em risco, aí a gente já está falando de outras questões. É uma questão de saúde, de vida ou morte. Então, eu acho que a gente precisa reconhecer os nossos limites. E a Bia passa por um momento em que ela esperou anos para acontecer, ela teve esse sonho tirado dela por conta da parada cardíaca. E ela passou um ano suportando a vida sem o sonho dela, mas quando a irmã morre, a pessoa que ela ama tanto, a única válvula de escape que vai suprir isso é a ginástica artística. E ela pensa que precisa fazer isso pela irmã, que não conseguiu realizar o sonho de casar e ter filho. Eu acho que é um assunto que tem que ser tratado com cuidado porque a gente tem que entender os nossos limites, até onde a gente pode ir pela nossa saúde e segurança. Mas ela também me inspira muito nesse lugar de correr atrás do que motiva ela, do que ela ama.

Foto: Vinícius Mochizuki

A Bia também tem a questão da cicatriz do marcapasso, de ser bem no peito, do temor de ser rejeitada pelo Tarantino. O que você falaria para jovens que também tem as suas cicatrizes? No caso da Bia é uma cicatriz física, por conta do marcapasso. Eu recebo muitas mensagens de mulheres contando que estão aprendendo a lidar com suas cicatrizes, algumas pelo mesmo problema da Bia. E quando apareceu uma cena da cicatriz dela, teve gente que comentou, ah, é pequena, mas aí outras falaram, cada pessoa sabe a dor que a gente sente. Ninguém pode invalidar a nossa dor. Eu acho que existe um lugar ali do processo da Bia lidar com esse marcapasso, é muito recente, ela se sente insegura. E tem muito de ser mulher na sociedade, a gente aprendeu que a gente é a nossa beleza, o nosso corpo físico. E sair desse padrão, porque a Bia é loira, branca, de olho claro, está nesse padrão, mas ela tem uma cicatriz no peito, que já é um lugar sexualizado. E aí, como é que eu sou mulher nisso? Eu acho que tem muita coisa ali, muita insegurança, mexe com muita coisa que é estrutural e não tem como não mexer com a autoestima. Então eu acho que ela está passando por esse processo que é muito difícil. E ela acaba vendo na ginástica o único lugar em que ela pode ser ela, o único ambiente que ninguém sabe da doença dela.

A gente sabe que você não pode dar spoiler. Mas o que as pessoas podem esperar da cena em que o Tarantino descobre que Bia usa o marcapasso, como foi gravar, o que você sentiu? Eu gosto muito de contracenar com o Dan (Daniel Rangel). A gente criou uma química antes em Eu, a Vó e a Boi, onde a gente também fez par romântico. Eu acho que a gente se encontra muito em cena, a gente conversa, a gente tem uma química muito boa em cena. Então, contar isso para o seu namorado, alguém por quem a Bia se sente amada, mas ao mesmo tempo a insegurança está ali, foi muito interessante. E eu gosto quando em cena acontece um pouco do que acontece na vida da gente. De quando a gente espera que vai ser uma coisa e é outra. A gente cria, às vezes, toda uma dramatização, que é muito maior do que realmente é. Ou a gente acha que a gente vai reagir de uma forma que a gente não reage. E eu acho que a Bia, ela tem mais de um ano que ela tem esse marcapasso e já está namorando o Tarantino há meses, ela criou uma coisa de como seria esse momento e do que aconteceria, que às vezes não acontece. Não só da relação dos dois, mas como a gente se porta. Quantas vezes a gente fica com medo contar algo para alguém, receio de como a pessoa vai reagir, e você chega lá, está segura, ou o contrário. Isso acontece na novela. E eu gosto quando a gente tem essa quebra de expectativa, para bom ou para ruim, eu acho isso interessante. Mas vai ser emocionante, tem muita coisa para vir. Eu estou muito ansiosa para ver.

Bia (Valentina Bulc) e Tarantino (Daniel Rangel). Foto: Globo/João Miguel Júnior

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